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Aos membros do Grupo Espírita Florescer e aos nossos visitantes, estamos abertos para comentários sobre as atividades do grupo, dúvidas, palestras, ou qualquer outro assunto que possa ser estudado sob os preceitos de Jesus e Kardec.

domingo, 24 de maio de 2009

O FILHO DE DEUS

Por que se dizia Jesus, ora Filho do homem, ora Filho de Deus? Se ele era filho do homem, como podia ser filho de Deus? E se era filho de Deus, como podia ser filho do homem?
Há sabedoria nesta expressão do Senhor, como, aliás, em todas as palavras que proferiu.
Ele era filho do homem porque a Criação é uma só, obedece à mesma ordem, à mesma lei com relação a todos os seres criados. Não há privilégios, não há distinção: unidade de programa, unidade de gênese, unidade de destino; Jesus, portanto, em tal sentido, é o Filho do homem; e é o filho de Deus porque desde que o Pai o sagrou como diretor espiritual deste orbe, a cuja função presidiu, nela colaborando, de há muito havia ele conquistado o reino dos Céus; de há muito se achava integralizado na vida eterna, na imortalidade. Daí o seu dizer: "Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima".
Jesus não é Deus, como pretendem os credos dogmáticos, nem tão puco é homem, no sentido vulgar, como querem as vãs filosofias negativistas. Entre o homem e Deus medeia um abismo, onde a vida palpita em seus mais belos esplendores. Se aquém da humanidade pulula os seres inferiores, debaixo de formas incontáveis, além da humanidade ostentam-se os seres superiores sob infinitos aspectos. Aquém e além da Terra verifica-se o mesmo fenômeno: a vida em seu movimento ascencional e triunfante.
Os extremos da simbólica escada de Jacob, por onde desciam e subiam os anjos, perdem-se, dum lado no infinitamente pequeno, e do outro lado no infinitamente grande.
O microcosmo e o macrocosmo revelam Deus.


NAS PEGADAS DO MESTRE, pelo espírito Vinicius


segunda-feira, 18 de maio de 2009

TEREZA D'ÁVILA, A MONJA MÉDIUM

Na Espanha, século XV, todas as jovens, filhas de grandes famílias, eram colocadas no convento, por tradição ou intrigas familiares, inspiradas em devoções infantis. Sabiam que os perfumes e o incenso da capela eram fatores muito convenientes para a pureza das moças de bem; que para uma menina, o convento era um dos lugares mais seguros, mais honrosos e mais cômodos, também, caso pudessem contar com rendas adequadas.
A missionária - Tereza de Cepeda Y Ahyumada - filha de Alonso de Cepeda e Beatriz Ahyumada, nasceu em Ávila, no dia 28 de março de 1515, num lar aristocrático, convivendo com onze irmãos. Após a morte da mãe, o pai, homem severo e meditativo, ocupou-se da educação dos filhos. A adolescente Teresa, embora generosa e espontânea, era demasiada inquieta e, sobretudo, entregue a si mesma. Acolhida aos 16 anos no convento pelas irmãs de Santa Maria das Graças, não apresentava como aluna, outro projeto para o futuro, pois, na época, ela se mostrava decididamente avessa às eventuais perspectivas da vida regiosa.
A partir daí, começa uma série de prodígios que levavam Teresa, passo a passo, a fazer-se monja: acometida por um mal misterioso, cuja hipótese mais provável parece ter sido a epilepsia, ela retornou ao lar, mas a ideia do sofrimento e da morte penetrava na consciência de Teresa, que manifestou sua intenção de voltar ao convívio religioso, desta vez como monja. Recebida de volta, pronunciou os votos. Todavia as provas mais árduas, longe de serem superadas, estavam, ao contrário, prestes a chegar.
Logo após tomar os votos, o mal tornou a acometer Teresa de forma violenta: as crises se sucediam com frequência e ela vivia habitualmente fora dos sentidos. De vez em quando, perdia a consciência de todo. O mal se revelou tão grande que Teresa, desenganada após voltar à casa do pai, teve seu falecimento constatado pelos médicos. Levado pela emoção, seu pai recusou-se à sepultá-la, até que, no quarto dia, a "morta" reabriu os olhos. Teresa estava viva! No futuro, a missionária revelou que, durante este período, sentia com pesar que ainda continuava prisioneira daquele pobre corpo.
Completamente paralisada, Teresa conseguiu autorização para retornar ao convento. Na enfarmaria, a viçosa e vivaz educanda de poucos anos atrás, estava, aos 25 anos de idade, reduzida a uma porção de osso, capaz, apenas, de arrastar-se sobre os joelhos. Todavia, por motivos tão misteriosos quanto aqueles que a haviam provocado, a enfermidade depareceu e ela retornou à vida normal do convento: dali por diante, pelo espaço de 22 anos, toda a sua vida se resumiu num colóquio entre sua alma e Deus. Com grande naturalidade, como se tratasse do encontro mais óbvio, começaram as "visitas do Cristo". Posteriormente, Teresa declararia: "Eu O vejo com os olhos da alma, masi claramente do que se tivesse com os do corpo".
Por essa "estrada de luz", eis que a monja Teresa chega às visões mediúnicas, que a apanhavam de surpresa e de improviso. Por último, entre os tantos e tão singulares fenômenos da sua vida, manifestou-se os dois mais singulares: Êxtases - que, segundo as palavras de Teresa, "outra coisa não podia ser senão o reflexo exterior de um ímpeto do amor da alma (...) sinto-me morrer do desejo de ver a Deus (...) às vezes o ímpeto é tão forte que, quando estou de pé o corpo parece sem vida (...)". E, como consequência do êxtase, vinha a levitação - fenômeno que se produzia em Teresa sem que a missionária pudesse evitá-lo ou escondê-lo. Nessas ocasiões, as atônitas companheiras viam Teresa erguer-se no ar como que aspirada em direção ao teto.
Aos 57 anos de idade, quando a extraordinária experiência mística de Teresa chegou ao ponto culminante, ela já parecia glorificada. Pode-se dizer que à partir de então, era maior a sua familiaridade com Deus do que com os homens. Foi nessa ocasião que concretizou-se a parte mais sólida da sua missão terrena: a luta pela reforma do Carmelo, quando a missionária passou a viver com poucas coirmãs mum humlide e pequeno mosteiro, onde os votos, sobretudo da pobreza, seriam rigidamente obsdervados. O gesto pioneiro de Teresa originou a quetão das "monjas carmelitas descalças de São José" - primeiro convento reformado - suscitando na Espanha escândalos e protestos violentos.
Teresa era citada como uma monja inquieta e andeja, ambiciosa, desobediente, obstinada, que propagava doutrinas perniciosas a pretexto de devoção e deixava o convento contra as ordens dos superiores. Assim, deu-se início a um longo processso, entre pareceres discordantes, de apoiadores e detratores da "reformada". Entretanto, o processo se esvasiou sozinho, como uma bolha de sabão, e a dinâmica missionária pode se ocupar das outras monjas. Após 10 anos de árdua batalha, a reforma do Carmelo obeteve o seu reconhecimento e, como no tempo de Francisco de Assis, as missionárias carmelitas reencontravam uma nova pureza ao reabraçar a "Santa Pobreza".
Mesmo observando com perfeição os jejuns, a luta pela reforma da Ordem, as penitênicas e as peregrinações a conventos, a incansável Teresa encontrou tempo para escrever cinco obras que se incluem entre as maiores da literatura mística de todos os tempos: A Vida, O CAminho da Perfeição, O Castelo Interior (que quase lhe rendeu a fogueira), As Invocações da Alma a Deus e Cânticos Espirituais. Finalmente, no dia 4 de outubro de 1582, chegada ao termo de uma de suas viagenscostumeiras aos vários mosteiros, Teresa era, então, apenas um corpo curvo e ressequido sepultado, no dia seguinte, num cubículo escavado nos muros da igreja de Alba, atendendo ao seu pedido. Mas a fama de sua santidade foi se espalhando e no decorrer de alguns anos, o seu corpo, milagrosamente incorrupto, foi retirado às escondidas e despedaçado por devotos.

TERESA D'ÁVILA e a sua mediunidade
A passagem terrena de Teresa d'Ávila apresentou traços característicos diversificados: desde a adolescência, a brava missionária passava horas lendo livros de aventuras, principalmente aqueles com pitorescas confusões entre santos, anjos e guerreiros. Além da notável inteligência, ela revelou a coragem necessária para fugir da csa paterna e apresentar-se à um convento e pronunciar os votos. Totalmente recuperada, após ser acometida pela "morte aparente", travou a longa batalha de dez anos em prol da grande reforma monástica.
vitoriosa, viu com alegria quando as fundações, reformadas, foram se multiplicando, conferindo às mulheres o direito ao Ensino da Teologia.
Em 1622, decorridos 40 anos de sua morte, Teresa d'Ávila seria canonizada pela Igreja. Enquanto para os crentes, a missionária seria venerada como uma santa, os estudiosos preferem reconhecê-la como uma valente revolucionária religiosa; já, alguns, admiram a sua figura, de certa forma, mística. Entretanto, muito mais do que uma santa ou monja reformadora, Teresa foi um espírito que encarnou com tarefas bem definidas na defesa de seus ideais. Apresentou faculdades medianímicas como clariaudiência, clarividência, êxtase, bilocação e levitação, mas, até então, incompreendidas, e que só seriam investigadas metodologicamente, aqui no Ocidente, a partir do século XIX, com a ciência espírita.
Enquanto permaneceu na Terra, Teresa d'Ávila passou por inúmeras experiências de vida, entretanto, a única experiênciaque realmente poderia interessar à missionária seria as várias etapas, já percorridas, por seu espírito ao longo da estrada que conduz à iluminação.
No capítulo 17 do Evangelho Segundo o Espiritismo - Sede Perfeitos - Jesus nos fala: "Sede perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito". A perfeição encontra-se, inteiramente, na prática das virtudes, alcançadas ao longo das diversas encarnações. O espírito Teresa d'Ávila, que encarnação passada fora, segundo alguns pesquisadores, Maria de Magdala, percorreu um longa e árdua caminhada. Finalmente, como monja reformada, havbia conseguido seu total resgate espiritual.
Para compreenção da magnitude e beleza de toda a sua trajetória, pode-se conhecer mais sobre essa valorosa criatura, através da leitura do livro Perdôo-te, de Maria Soler.

REVISTA CRISTÃ DE ESPIRITISMO
MAIO DE 2009

TEREZA D'ÁVILA

terça-feira, 5 de maio de 2009

VIVENDO COM ALEGRIA

A alegria é fator essencial à felicidade.
Pode ser cultivada em pequenas expressões, de forma que se insculpa no comportamento até gerar o fenômeno emocional de bem-estar permanente.
Tanto se pode expressar em forma de sensação como de emoção que encanta e estimula a existência.
Por hábito vicioso, acredita-se que a alegria somente é possível quando a preocupação ou os desafios cedem passo ao êxito, o que não corresponde à verdade.
Pode-se experenciar a alegria mesmo que sob tensão e diante dos obstáculos.
O fato de encontrar-se vivo na carne, quando sobram oportunidades de transformação dos acontecimentos, já é, em si mesmo, uma proposta de alegria, porquanto a compreenção de que os problemas existem para ser solucionados, faculta o desenvolvimento intelectual e moral do indivíduo.
A ótica mediante a qual se considera o acontecimento é que o torna danoso ou agradável.
Ninguém transita no mundo sem enfrentamentos, sem momentos de graves reflexões, sem dores nem ansiedades.
A alegria é um estado interior de confiança irrestrita em Deus, que faculta o entendimento dos fenômenos evolutivos que são defrontados, como necessários ao crecimento interior.
Desse modo a alegria pode ser treinada, graças à experiência jubilosa em torno de pequenos acontecimentos ou a contemplação de mil ocorrências que tem lugar no dia-a-dia da jornada terrestre.
Ninguém espera que o jardim esplenda em flores se não lhe cuidar do solo, das plantas, da rega e da proteção que exige.
O mesmo ocorre em relação à alegria, tornando-se necessário primeiro desvestir-se da armadura da animosidade, abrindo-se à festa de ocorrências dignificantes que promovem o Espírito.
Se a pessoa prefere ingerir o veneno da constante indisposição, certamente será vítima de contínuo mal-estar.
Se atira cimento sobre o terreno semeado, matará as plantas que se candidatam à beleza.
Se ingere tóxico para matar as pragas que se multiplicam na semeadura, certamente será vítima da irreflexão, não conseguindo destruí-las, mas a si mesmo privando da vida.
A alegria é uma conquista trabalhada com otimismo e esperança, adquirindo o hábito de sobrepor o melhor ao desagradável, o positivo ao perturbador.
Uma vida rica de beleza interior é um poema de alegria em homenagem à vida.


Examina ao derredor e constatarás quanto é abundante a abênção da alegria.
Em silêncio desabrocham as flores, desenvolve-se o embrião, a paisagem modifica-se, fulgem as estrelas numa incomparável demonstração de beleza, que ressuma encantamento, proporciona alegria.
Os fenômenos vitais seguem o seu curso em automatismos contínuos, obedecendo às leis soberanas da vida.
Em todo lugar, se tiveres olhos para ver e ouvidos para escutar, descobrirás a mensagem de harmonia em tons de alegria incessante.
Mesmo quando o sofrimento se faz presente, propondo recuperação e renovação espiritual, apresentam-se os pródumos da alegria.
Uma vida sem alegria é mórbida, destituída de sentido existencial.
Cultiva, pois, essa mensageira da saúde, propondo-te por introjetá-la.
Não fantam motivos para que a experimentes, se estiveres disposto à mudanças de padrão emocional e ansiares pela conquista da plenitude.
Da mesma maneira que não se irrigam plantas com ácido, não se pode encontrar alegria aplicando-se recursos de autocompaixão, de autodepreciamento.
Considera as dádivas das funções do teu corpo diante daqueles que as têm deficientes ou que são imobilizados, rejubilando-se com essa graça.
Se, no entanto, experimentas encarceramento na enfermidade ou exílio no silêncio do abandono, bendize ao Senhor da Vida que te concede os recursos da reparação que deves executar, alegrando-te desde já, em relação ao futuro que está reservado.
Todos aqueles que alcançaram patamares elevados da jornada, atravessaram as regiões densas de sombras, os charcos perigosos, as áreas crestadas... Ninguém alcança o cume sem as experiências das baixadas.
O dom precioso da existência física deve ser preservado com emoção elevada, decorrente de ações dignificadoras, a fim de que se transforme em recurso iluminativo para a felicidade real do viandante terreno.
Não te detenhas, portanto, à considerar o mal que pensas sofrer pela responsabilidade de outrem, nem te situes nos recantos da lamentação, perdendo as oportunidades fulgurantes de construção do bem em qualquer lugar.
Não hesites quando defrontado pelo impositivo de amar e perdoar ou de manter-se ressentido ou amargurado.
Quem pensa em infelicitar o outro, a si próprio já se tornou destitoso.
Assim, não te permitas afligir em face dos espículos em que pises, reconhecendo que toda ascensão é penosa, mas a paisagem das alturas é sempre compensadora, fazendo esquecer as dificuldades da subida.
Alegra-te, portanto, sempre e em qualquer situação que te encontres.

Jesus, o Excelente Mestre, cantou aos ouvidos do mundo:
"- Eis que vos trago Boas-novas de alegria!"
E ofereceu-nos o tesouro do Seu amor, a fim de que nunca mais houvesse carência no mundo, exceto naqueles que se recusassem a fruir da sua infita bondade.
Desse modo, alegra-te e esparze alegria, enriquecendo as vidas de esperança e de harmonia.


ILUMINAÇÃO INTERIOR
Divaldo Franco, por Joanna de Ângelis